A música cubana é um jardim formoso e perfumado, sentenciou um dia o intelectual Oscar Oramas Oliva quando escreveu sobre a evolução dos ritmos e melodias que trancenderam os limites da sua pátria com os sons, os boleros, as guajiras, as guarachas, os guanguancoes, as rumbas, os mambos, cha-cha-chás. E não estava errado. É comum ouvir-se entre os amantes da arte, parafranseando José Marti, que a alma do cubano é a sua música. A alta qualidade dos músicos cubanos, sobretudo dos instrumentistas lhes permite integrar as mais famosas bandas mundiais. Para além dos ritmos típicos da ilha, influenciaram o jazz nos Estados Unidos. Nos anos 40 do século passado , um nutrido virtuoso contingente de músicos cubanos foi estabelecer-se nos EUA, sobretudo em Nova-York e ali começou a tecer o latin jazz, cujo marco aconteceu quando Mario Bauzá desenvolveu o tema tanga a partir de uma introdução de piano cuja melodia continha acordes de jazz e rumba. Foi considerada a primeira composição de jazz afrocubano. O mais ou menos recente e estrondoso exito do projecto Buena Vista Social Club, veio revitalizar o potencial inesgotável dessa música marcante que alguns queriam fazer querer que se encontrava morto.
A meio de uma manhã encontrei esse musíco solitário na amurada do Malecón, uma das zonas mais marcantes de Havana, uma marginal com 8 quilómetros de extensão . Local perfeito para os sonhadores, sobretudo ao pôr-do-sol, com as ondas fortes a embaterem contra o paredão e a espuma a salpicar pelo espaço até molhar o asfalto da avenida.
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