sábado, 21 de novembro de 2009

KALUNGA, O MAR !

                                              
                            KALUNGA, O MAR !

O mar! Quantas vezes são contraditórios os sentimentos que ele nos desperta...
Mar. Kalunga. A Imensidão. A Morte. A Perenidade. A Universalidade.
Tudo isso é o mar.
Quantos mistérios vogam nas profundezas das suas águas?
Como são impenetráveis os segredos diluídos no sal das suas ondas...
É assim o mar!
Tão próximo e tão distante. Sorriso de criança nua colhendo flores de espuma rendilhadas nas praias da fantasia.
É assim o mar!
Eterno enigma. Cantos de kianda acenando aos homens safiras irrequietas ao luar.
Esperanças exauridas no furor das calemas traiçoeiras
Tragédias içadas nas redes dos pescadores.
O mar é assim!
Arrebatador e violento
Belo e manso
Inocência e traição sem fronteiras promiscuidas nos espasmos das ondas
O mar é mesmo assim!
No requinte nostálgico de um entardecer benguelense o céu é uma tela incendiada de magia
O dia se esvai numa verbena inexorável
Nos confins da estepe azul irisada em sangue, um barquito de velas amarelecidas com sonhos de um aprendiz de poeta, balouça inseguro na crista das ondas encapeladas.
Ingénuo desafio às leis da flutuação...

1 comentários:

Anónimo disse...

Como vês acabaste de me dar razão, caro amigo. Para além de jornalista atento e imparcial, tentas também ser poeta e consegue-lo. Que Kalunga te proteja agora das suas águas salgadas e das lusas...
Forte abraço e parabéns pelo blog.
AB