quinta-feira, 28 de abril de 2011

Decidi retirar a queixa contra o sr. José Patrocínio da Omunga

     Informo aos amigos e opinião pública que decidi retirar a queixa-crime por difamação contra o sr. José Patrocínio, coordenador da ONG Omunga, sedeada na cidade do Lobito e que corria os seus trâmites na instância competente. A entidade forense que lida com o caso por minha parte na condição de ofendido, foi orientada no sentido de renunciar ao procedimento criminal na queixa apresentada o ano passado (2010) nos termos do Código do Processo Penal Angolano, na sequência  de declarações proferidas pelo sr. Patrocínio durante uma entrevista na Rádio Benguela, em relação à minha pessoa e que foram aferidas como ofensivas a direitos tutelados por lei.
     Trata-se de uma decisão pessoal que responde unicamente a imperativos de índole pessoal. Pretendo simplesmente demonstrar que, embora me tenha sentido ofendido no  bom nome e de ter a possibilidade de fazer valer o direito de tutela desses bens por parte da lei do nosso país, considero-me perfeitamente maduro como homem, para considerar o evento como acidente de percurso no longo processo de aprendizagem das habilidades políticas necessárias para lidarmos  pacificamente com fenómenos como a tolerância  nos debates democráticos e pluralistas, que as pessoas de bem querem fazer vingar em Angola.
    Felizmente nesta vida vamos aprendendo com os erros. Os nossos e os dos outros. Creio que seria bom que  os angolanos pudessem ter  sempre a possibilidade de, por motu próprio, sacrificarem um pouco de si em troca de um bem maior, como o respeito pelos demais e a harmonia com os demais, mesmo quando não concordamos com as suas opiniões. Sinto-me reconfortado de poder  aproveitar essa alternativa. Falo de vivermos sem rancores ou ressentimentos pelo passado que nos marcou de forma mais ou menos dolorosa e  darmos, enfim,  um sentido mais positivo às nossas vidas.  Concordo que, no caso em apreço, temos essa possibilidade, salvo outros desenvolvimentos.
Luanda, 28 de Abril de 2011.
Jaime V. Azulay
    

6 comentários:

Anónimo disse...

Caro Sr. Jaime Azulai sou seu admirador como jornalista passo a ser também admirador como pessoa humana pelo bom exemplo de reconciliação que vem demonstrar.Porque a democracia significa tolerancia para podermos fazer o nosso pais o lugar bonito para todos.
muito obrigado

Anónimo disse...

Deus guia os teus passos meu irmão!
Sinto orgulho por ti.

Angola Debates e Ideias- G. Patissa disse...

Caro Jaime Azulay, espero que esteja bem. O senhor não me conhece, e isso é irrelevante agora, mas sou dos jovens amigos do jornalismo e literatura. Na verdade tive acesso ao CD com as duas entrevistas na Rádio Benguela. E o que me ocorreu no momento é que daria empate técnico. E que podia interpretar a questão como sendo um caso de criticar e não estar preparado para a crítica.

Também conheço o Engº Patrocínio, que também muito respeito/admiro enquanto activista cívico, embora nem sempre concorde com as ideias e métodos dele.

Passo a partir de agora a admirar ainda mais o Sr. Azulay. Como diz "Pretendo simplesmente demonstrar que, embora me tenha sentido ofendido no bom nome e de ter a possibilidade de fazer valer o direito de tutela desses bens por parte da lei do nosso país, considero-me perfeitamente maduro como homem".

Um abraço também de Benguela
Gociante Patissa

Anónimo disse...

Um homem grande não se deixa enredar com coisas pequenas....
abraço
Nando

Anónimo disse...

Dr. Jaime Azulay conhecemo-nos há pouco tempo no curso de pós-graduação e tenho gostado da forma alegre e respeitosa como lida com as pessoas. Embora não conheça o problema,nunca nos falou disso, mas pelo que li o gesto pode ser considerado de magnanimidade e é bom que ocupe o seu tempo nas inúmeras tarefas académicas que temos pela frente na Faculdade de Direito da UAN e na sua vida profissional.
Abraço

Soberano Kanyanga disse...

Maturidade e ombriedade. Um dia ainda te vejo nos areópagos desta Nação.