quinta-feira, 28 de abril de 2011

"O Padrinho", para rever no telão

     Vou sentar-me no sofá e rever a terceira e última parte da saga "O Padrinho" de Mário Puzzo e do inigualável realizador Francis Ford Coppola, iniciada com a marca imortal de Marlon Brando, quanto a mim o maior artista (não é actor, é artista mesmo) que eu já vi na tela. Ou provavelmente  assista mesmo em pé, como um poste no meio da sala, para não correr o risco de adormecer fastidiado  por conhecer de côr e salteado o enredo do filme.
     A trama chega ao fim com o genial Al Pacino nas vestes do patriarca Corleone, o mafioso dos mafiosos. Debilitado e diabético, Corleone tenta agora arrumar a vida direito, mas vai desconseguindo porque os demónios andam à solta e ele dá conta disso. Chega a confessar-se ao cardeal futuro Papa, revela ter cometido monstruosidades, contudo não mostra nenhum arrependimento.
     Por acaso já assiti a história. Como numa tempestade, as traições sucedem-se à velocidade de um raio. Dá-se a ascenção de Vicent, seu sobrinho, filho do irmão que ele próprio mandou matar. Vicent chega a namorar a prima, donzela com inigualáveis atributos de generosa ternura. Mas a sede de poder obriga-o a acatar sem rebuço a ordem do tio. " -Rapaz, deixa a menina em paz e eu te dou todo poder". E assim o sobrinho renuncia ao amor platónico. Engole sofregamente  o letal veneno, sem dar conta que estava a selar um pacto com o diabo.    
     Acto contínuo, Vicent se transforma  meteoricamente no poderoso Don Vicenzo Corleone e a dinastia mafiosa segue garantida. Tudo se desenrola no meio de um rosário de assassinatos que atinge a prima amorosa de Vicent. Enquanto isso, Don Altobello dorme o sono do decesso no requintado camarote do teatro, enquanto assistia a uma ópera siciliana e deglutia biscoitos envenenados. O vendaval está no auge. Nem o Papa recém empossado  se consegue safar. Também morre no seu quarto no Vaticano, após ingerir uma taça de chá adoçado com cianeto.
     Na máfia é assim, quem entra, não sai quando lhe apetece, sentenciou irado D. Corleone, tentando justificar a purga. Como numa cadeia de predadores, na máfia, uns vão comendo aqueles que os precedem antes de serem comidos por aqueles que os seguem.
     Ainda bem que o filme não é connosco. UFA!!!







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