Escreveram os semanários na última edição e as rádios deram especial destaque que matar o marido agora é o que está a virar moda. Em Luanda nas últimas semanas são noticiados casos de homicídios passionais, nos quais esposas iradas metem um final trágico à relação conjugal no calor de brigas caseiras, mandando a infeliz criatura a quem um dia prometeram amor e carinho para a terra dos pés juntos, com fulminantes facadas com técnica samurai (tipo filme).
Não se trata de analisar o problema numa perspectiva sexista ou de género como agora se fala na TV; nem sob ângulo algum, isso foge ao que se pretende dar conta aqui, embora lamentemos que desavenças conjugais sejam resolvidas (?) com recurso à violência consumada no homicídio de um dos cônjuges. Mas o que se fala, é que, por enquanto, são as damas a liderar a estatística quanto à autoria de tais actos.
O insólito nesse drama é que existe sempre gente excepcionalmente dotada que consegue ver além do que o comum mortal enxerga. Advirto os leitores que estou a vender o peixe tal como o comprei.
Passe a publicidade (como os colegas da rádio dizem) um empresário de visão está a montar no Zé Pirão um negócio que vai dar que falar. Importou dos States e para venda a grosso e a retalho coletes dos marines americanos testados no Iraque e no Afganistão. Os coletes, como se sabe, protegem os órgãos vitais do corpo humano em caso de impacto de artefactos perfuro-cortantes, em cuja classe estão as temíveis facas de cozinha, engenhoca de extrema utilidade para descascar batatas e outras lides culinárias, agora transformada em arma diabólica nos lares desavindos.
O folheto adaptado para as circunstância do mercado nacional (desconhece-se se tem aprovação do inadec) informa que o colete é recomendado para maridos potencialmente ameaçados pela onda de homicídios passionais que dispararam nas últimas semanas em Luanda, cujas vítimas cometeram o pecado capital de ficarem numa tertúlia de futebol e cerveja com kambas para além da hora do recolher obrigatório decretado pela Patroa. A providencial armadura cabe perfeitamente no porta-bagagens de qualquer viatura e com a indumentária de cacimbo o portador encouraçado passa praticamente despercebido.
Agora sim, os homens vão voltar a falar de igual-para-igual com a cara-metade como nos velhos e bons tempos. Não sei se será publicidade enganosa mas já se diz que nos dias correntes chegar tarde à casa en retard sem colete é como fazer ocasional sem camisinha. Em ambos os casos é melhor prevenir.
Coompraa coleetééééé!!
3 comentários:
kkkk artigo engraçado e ao mesmo tempo preucupante! afinal o q se esta a pssar com essas mboas, um gajo ja nao pode chegar mais tarde, leva logo uma facada...agora o cumbo q seria pra a lata de leite das crianças tera de servir pra comprar esse colete... oh vida kkkkk
Estamos paiados Jaime. Agora já são chamadas de MARIDAS.Vamos aguentar só. Fazer como então?
Está a piorar
E depois como é, na hora de dormir também vai para a cama de colete? é que, como aconteceu, já lá vão uns bons anos aí em Benguela um amigo meu, bem conhecido por sinal, escapou por pouco de perder parte do órgão reprodutor num assalto, à mão da esposa, armada de bisturi (era enfermeira).Escapou porque dormia?? com um olho fechado e outro aberto mas foi por pouco..A razão? tinha andado a saltar no quintalão duma dama que era amiga da genuína..Ao meu amigo e esposa, no caso de lerem o comentário, as minhas desculpas por ainda hoje não conseguir deixar de rir, cada vez que me lembro de como lhe fui abrir a porta às 4 da matina e me apareceu em cuecas a pedir para ficar até de manha e de como teve que sair com as minhas roupas para ir trabalhar....Um abraço para eles
Nando
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