terça-feira, 7 de junho de 2011

Coletes protectores para maridos que chegam tarde à casa, recomenda-se!

    Escreveram os semanários na última edição e as rádios deram especial destaque que matar o marido agora é o que está a virar moda. Em Luanda nas últimas semanas são noticiados casos de homicídios passionais, nos quais esposas iradas metem um final trágico à relação conjugal no calor de brigas caseiras, mandando a infeliz criatura a quem um dia prometeram amor e carinho para a terra dos pés juntos, com fulminantes facadas com técnica samurai (tipo filme).
     Não se trata de analisar o problema numa perspectiva sexista ou de género como agora se fala na TV;  nem sob ângulo algum, isso foge ao que se pretende dar conta aqui, embora lamentemos que desavenças conjugais sejam resolvidas (?) com recurso à violência consumada no homicídio de um dos cônjuges. Mas o que se fala, é que, por enquanto, são as damas a liderar a estatística quanto à autoria de tais actos.
      O insólito nesse drama é que existe sempre gente excepcionalmente dotada que consegue ver além do que o comum mortal enxerga. Advirto os leitores que estou a vender o peixe tal como o comprei.
      Passe a publicidade (como os colegas da rádio dizem) um empresário de visão está a montar no Zé Pirão um negócio que vai dar que falar. Importou dos States  e para venda a grosso e a retalho  coletes dos marines americanos testados no Iraque e no Afganistão. Os coletes, como se sabe, protegem os órgãos vitais do corpo humano em caso de impacto de artefactos perfuro-cortantes, em cuja classe estão as temíveis facas de cozinha, engenhoca de extrema utilidade para descascar batatas e outras lides culinárias, agora transformada em arma diabólica nos lares desavindos.
      O folheto adaptado para as circunstância do mercado nacional (desconhece-se se tem aprovação do inadec) informa que o colete é recomendado para maridos potencialmente ameaçados pela onda de homicídios passionais que dispararam nas últimas semanas em Luanda, cujas vítimas cometeram o pecado capital de ficarem numa tertúlia de futebol e cerveja com kambas para além da hora do recolher obrigatório decretado pela Patroa. A providencial armadura cabe perfeitamente no porta-bagagens de qualquer viatura e com a indumentária de cacimbo o portador encouraçado passa praticamente despercebido.
      Agora sim, os homens vão voltar a falar de igual-para-igual com a cara-metade como nos velhos e bons tempos. Não sei se será publicidade enganosa mas já se diz que nos dias correntes chegar tarde à casa en retard sem colete é como fazer ocasional sem camisinha. Em ambos os casos é melhor prevenir.
        Coompraa coleetééééé!!

3 comentários:

Anónimo disse...

kkkk artigo engraçado e ao mesmo tempo preucupante! afinal o q se esta a pssar com essas mboas, um gajo ja nao pode chegar mais tarde, leva logo uma facada...agora o cumbo q seria pra a lata de leite das crianças tera de servir pra comprar esse colete... oh vida kkkkk

Anónimo disse...

Estamos paiados Jaime. Agora já são chamadas de MARIDAS.Vamos aguentar só. Fazer como então?

Nando disse...

Está a piorar
E depois como é, na hora de dormir também vai para a cama de colete? é que, como aconteceu, já lá vão uns bons anos aí em Benguela um amigo meu, bem conhecido por sinal, escapou por pouco de perder parte do órgão reprodutor num assalto, à mão da esposa, armada de bisturi (era enfermeira).Escapou porque dormia?? com um olho fechado e outro aberto mas foi por pouco..A razão? tinha andado a saltar no quintalão duma dama que era amiga da genuína..Ao meu amigo e esposa, no caso de lerem o comentário, as minhas desculpas por ainda hoje não conseguir deixar de rir, cada vez que me lembro de como lhe fui abrir a porta às 4 da matina e me apareceu em cuecas a pedir para ficar até de manha e de como teve que sair com as minhas roupas para ir trabalhar....Um abraço para eles
Nando