Aos caros amigos e amigas

     Estimados e respeitados amigos e amigas.

     Agradecido mais uma vez pela vossa prestimosa presença. Gostaria de pedir-vos breves momentos de atenção para a seguinte exposição: garanto que  não ando nesta vida à espera de unanimidades na apreciação do meu trabalho como profissional da comunicação social. Estou absolutamente ciente que abracei uma profissão ingrata, atravès da qual muitos procuram fazer valor as suas razões (?) e interesses (!), passando por cima das mais elementares regras de cidadania. Desde cedo conheci pela via dolorosa os seus riscos, somos um pouco como os treinadores de futebol, talvez. Tão depressa somos bestiais quando agradamos B ou C como logo a seguir passamos a ser rotulados de bestas,  se C e B acharem que os nossos escritos lhes pareçam atentatórios (aos seus interesses, claro). É certo que podemos, com uma frase descompassada ou uma apreciação deficiente desencadear reacções diversas. Noutras ocasiões, mesmo a pulsar as cordas da mais afinada das melodias nos baixam o pau da intolerância e da rude baixeza. É este o nosso fado. Bastas vezes dizemos "pão" e algumas pessoas, porque a sua natureza é mesmo assim, preferem disseminar que o jornalista disse que o "João roubou pão", simplesmente porque "tem inveja do pão que o João ganhou com o seu generoso suor". Que fazer?
      Aceito que as pessoas estão na sua razão de reclamarem quando acham que algo não está certo. Mas esta máxima não é privilégio exclusivo de alguns iluminados e reclamantes de um estatuto social  supra. Existe um princípio de racionalidade que prefiro observar na minha existência terrena. O mal menor deve ceder ao bem maior.

     Em nome da decência dos nossos costumes e da boa educação, apresento sinceras desculpas aos caros amigos o Sr Lacerda e ao menino Dilcinho cujos nomes foram embrulhados nos comentários por alguns zelosos anónimos. Desculpas extensivas aos amigos e amigas que se mostraram indignados com o conteúdo dos  artigos que aqui publiquei e que resolvi retirá-los, embora os mantenha arquivados. Queria assegurar-vos que não tive a intenção de magoar sensibilidades individuais e alheias que, pelo que li , estão excessivamente apuradas em algumas pessoas. Uns dois ou três excederam-se nos  comentários que foram ofensivos e lamentáveis. Está ao seu critério avaliarem  se foram justos e razoáveis, ou não, problema deles.
     Mesmo assim,  desculpem-me no que de errado os comentários dessas almas levaram para junto do meu artigo; saibam que pretendo continuar a merecer a vossa amizade e respeito e, claro está, a vossa mui apreciada companhia no nosso "Morro do Sombreiro". Para o bem e para mal sou o responsável do que aqui publico. Peço a vossa compreensão em virtude de ter retirado os artigos, pois não faria sentido, nem seria justo extrair unicamente os comentários que desabonaram a minha pessoa. Claro que estamos a reavaliar as coisas, porque na nossa profissão não existe medo nem temor, existe isso sim, compromisso e entrega. Mas nunca, NUNCA mesmo pessoalizar questões conjunturais, principalmente quando essas pessoas, arroladas gratuitamente, merecem o nosso respeito e amizade.
     Mantenho a convicção de que embora possamos divergir nos nossos pontos de vista sobre os distintos problemas, o que é perfeitamente natural, será legítimo pretender manter o mesmo espírito de cordialidade que tem marcado a existência do blogue cujo lema é sugestivamente  "Um Farol Aceso de Benguela para o Mundo". Quero que ele permaneça como veículo de Paz e de Concórdia no essencial que nos une como benguelenses e cidadãos deste mundo. O contrário não mereceria a pena.

    Agradecer do fundo do coração os amigos sinceros e justos que manifestaram a sua solidariedade e entenderam o espírito que motivou os escritos em causa. Bem Hajam!

    Ao vosso dispôr.

JAIME AZULAY