quinta-feira, 5 de abril de 2012

10 Anos de Paz: não confundir Luena com Gbadolite


§  P        Para os mais novos tomarem conhecimento e alguns "amnésicos" recordarem, a Cimeira de Gbadolite, foi realizada nesta cidade do ex-Zaire, numa Quinta-feira, dia 22 de Junho de 1989, sob mediação do antigo presidente zairense, Marechal Mobutu Sese Seko. Participaram no encontro 18 chefes de Estado africanos e 2 altos representantes. A reunião decorreu à porta fechada, na qual o Dr. Jonas Savimbi, teria aceite o plano de Paz proposto pelo governo angolano. Foi tornado público um comunicado de 3 pontos que basicamente reafirmava a vontade de todos os "filhos e filhas de Angola pôr fim à guerra" e de proclamar a Reconciliação Nacional. Foi acordado um cessar-fogo que deveria vigorar a partir das 0H00 do dia 24 de Junho de 1989. Aconteceu de facto o primeiro aperto de mão entre o Presidente Eduardo dos Santos e o então Presidente da Unita Dr. Jonas Malheiro Savimbi. O referido Plano de Paz foi apresentado pelo PR num discurso proferido na V sessão ordinária da então Assembleia do Povo no dia 1 de Março de 1989, a que se seguiu uma Declaração da AP sobre o encontro de Gbadolite. Numa entrevista, o PR Eduardo dos Santos disse ao jornalista Pascal Fletcher que Savimbi tinha começado a desrespeitar o que aceitara na cimeira e que "continua iludido e pensa que pode destruir o Estado angolano". Da parte da Unita, o então representante do movimento em Lisboa, Alcides Sakala denunciou ao semanário português "O Jornal", edição de 25 de Agosto de 1989 que o Dr. Savimbi afinal não se tinha comprometido retirar temporariamente da vida política e chamou o então presidente da Zâmbia, Kenneth Kaunda, que com Moussa Traore, então presidente em exercício da OUA participara do encontro de Gbadolite, de "velho cansado e mentiroso".  E assim Gbadolite foi por água abaixo e a guerra ganhou uma escalada sem precedentes, para desgraça dos milhões de “ filhos e filhas de Angola”.

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